terça-feira, 29 de novembro de 2011

PLANO MUNICIPAL DE CULTURA para o Município de Itajaí- SC

O Conselho Municipal de Cultura de Itajaí discutiu e aprovou o seguinte PLANO MUNICIPAL DE CULTURA para o Município de Itajaí- SC

1- Dos princípios gerais

O presente documento é resultado de um amplo processo de discussões e reflexões de lideranças e grupos organizados representativos dos variados segmentos culturais da sociedade itajaiense através do Conselho Municipal de Cultura.

As propostas aqui apresentadas visam ao desenvolvimento das políticas públicas culturais do Município de Itajaí para os próximos dez anos, de maneira que as manifestações culturais financiadas pelo município se articulem entre si e com a sociedade, promovendo um salto de qualidade na compreensão das identidades culturais locais e sua importância para o desenvolvimento social harmônico, equilibrado e consciente.

Em sintonia com o Plano Nacional de Cultura, propõe-se adotar como conceito referencial de cultura o conceito antropológico amplo: cultura são os saberes, os fazeres e os modos de ser de um povo, enquanto expressões particulares, que o identificam em relação aos outros.

São princípios norteadores do Plano Municipal de Cultura de Itajaí:

A.      Valorização da diversidade cultural itajaiense;

B.      Integração e articulação das manifestações culturais locais e regionais;

C.      Democratização de acesso à sociedade;

D.     Inclusão social;

E.      Acessibilidade universal.

Para que as ações resultantes dos princípios norteadores do Plano Municipal de Cultura de Itajaí possam desenvolver-se de maneira plural, observe-se os seguintes núcleos irradiadores:

1.                  Criação do Centro Integrado de Cultura de Itajaí: dança, teatro, música, artesanato, para abrigar apresentações artísticas e culturais com o objetivo de agregar nu só local várias atividades e expressões artísticas e culturais locais e regionais, com espaços para shows, realização de oficinas, conferências, cursos e oficinas.

2.                  Elaboração de um detalhado diagnóstico das atividades artísticas e culturais de Itajaí em seus aspectos econômicos e sociais com o objetivo de propiciar um conhecimento técnico detalhado da produção e consumo de bens culturais no Município, envolvendo questões como: quem e quantos são os produtores culturais? Qual a renda gerada pela atividade cultural? Quem são os consumidores? Quais os potenciais econômicos e sociais da atividade cultural no Município? Quais as tendências para o desenvolvimento da sustentabilidade econômica dos produtores culturais locais?

3.                  Organização, após ampla discussão com a sociedade, das políticas públicas culturais atualmente existentes no Município em um Sistema Municipal de Cultura que promova integração e funcionalidade entre os instrumentos já existentes: leis, editais e convênios, no sentido de otimizar, potencializar e democratizar os recursos públicos destinados ao desenvolvimento cultural no Município.

2 – Metas por Área ou Atividade Cultural

As lideranças de grupos folclóricos organizados de Itajaí reuniram-se nas dependências do Museu Etno-Arqueológico de Itajaí, sito á av. Itaipava, 3901, nesta, em 10 de março de 2011, às 19:00h, com o objetivo de discutir e encaminhar propostas ao Conselho Municipal de Cultura de Itajaí, visando à elaboração do Plano Municipal de Cultura.

As propostas seguem abaixo:

a) Constituir a Comissão Itajaiense de Folclore como uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos são: organizar, fomentar, assessorar, captar recursos, divulgar, incentivar a pesquisa e representar os grupos folclóricos de Itajaí de maneira democrática, transparente e participativa.

b) Fomentar e incentivar a livre expressão de toda manifestação folclórica que se relacione com as identidades étnicas multiculturais de Itajaí.

c) Garantir participação dos grupos folclóricos locais em Shows, eventos, cerimônias e festas promovidos pelo Município.

d) Propor à Câmara de Vereadores de Itajaí projeto de lei que torne obrigatória a contratação de pelo menos cinquenta por cento de apresentações culturais locais nas festas municipais: Marejada e Festa do Colono.

e) Encaminhar à Secretaria de Educação de Itajaí proposta de inclusão de conteúdos relativos ao folclore de Itajaí na disciplina história nas escolas da rede municipal de ensino.

f) Incentivar, fomentar e assessorar a formação de grupos de pesquisa histórica e antropológica sobre o folclore do Município.

g) Auxiliar na organização, cooperação e articulação dos grupos folclóricos de Itajaí visando ao seu desenvolvimento e profissionalização.

h) Promover ações práticas que visem à acessibilidade universal de pessoas com deficiência às atividades folclóricas, especialmente crianças e adolescentes.

i) Promover a inclusão de minorias étnicas: índios, negros, imigrantes, entre outros, em ações, projetos e programas folclóricos no Município.

j) Divulgar entre os grupos a abertura de editais da Lei de Incentivo à Cultura de Itajaí, Fundo Municipal de Cultura de Itajaí, Funcultural, SEITEC, Lei Rouanet, IPHAN, e qualquer fundo destinado à cultura.

l) Oportunizar a realização de cursos, seminários, conferências, simpósios e congressos com o objetivo de qualificar os grupos folclóricos à encaminharem projetos aos editais de fomento à cultura em nível municipal, estadual e nacional.

m) Promover anualmente e realização do Festival de Folclore em parceria com a Fundação Genésio Miranda Lins e Fundação Cultural de Itajaí.

n) Promover projetos folclóricos que interajam com questões sociais contemporâneas, buscando promover a troca de experiências entre novas e antigas gerações.

o) Incentivar a participação de crianças e adolescentes em situação de risco social em projetos folclóricos com objetivo de combater a exclusão, a marginalidade e a violência.

p) Promover práticas culturais folclóricas como mantenedoras das identidades culturais de múltiplas origens étnicas que formam a sociedade itajaiense.

q) Valorizar economicamente as apresentações folclóricas de grupos de Itajaí em festas e eventos promovidos pelo Município.

r) Que até o ano de 2020, sejam investidos em apresentações folclóricas locais 20 % do orçamento destinado à apresentações artísticas da Marejada, Festa do Colono e demais eventos promovidos pela Prefeitura Municipal de Itajaí, sendo que este percentual deve ser obtido gradativamente a partir de 2012 até atingir o percentual no final do plano decenal.

2.2 TEATRO

a) diagnóstico do desenvolvimento da cultura (teatro)

11 grupos associados à Rede Itajaiense de teatro. Destes 11 grupos um deste se configura como escola de teatro e a maioria (90%) vivem exclusivamente do trabalho artístico.

03 grupos de teatro profissionais (desvinculados da Rede)

02 grupos em vias de se profissionalizar

Dentre estes grupos citados praticamente todos trabalham com formação, oferecendo cursos permanentes e temporários, oficinas e workshops.

Artistas autônomos (não se sabe a quantidade destes artistas)

b) Inserção destes artistas no município:

Nos últimos cinco anos, a REDE Itajaiense de teatro realiza um evento de grande inserção no município chamado “Itajaí em cartaz” oferecendo à cidade toda a produção teatral dos grupos associados.

Alguns benefícios advindos do governo municipal ( Lei municipal de Cultura e convênios e editais ) propiciam a inserção das atividades teatrais na cidade oferecendo seus espetáculos, cursos e oficinas em bairros, escolas e instituições.

Um festival brasileiro de teatro que teve sua primeira edição em 2007 e que acontecerá neste ano 2011 a segunda edição.

Cinco grupos possuem Sede, sendo que dois destes espaços oferecem cursos e oficinas regulares e sala para ensaio e apresentações. Um ponto de cultura que supostamente desenvolve atividades que não temos conhecimento. Há apenas um teatro Municipal e uma Casa da Cultura em fase restauração.

Não se tem um número estimado de público para estas atividades. Sugere-se que a fundação ou órgão competente faça essa estatística.

c) Fomentadores institucionais do teatro na cidade:

SESC

Empresas locais

Fundação cultural

Livraria e editora casaberta

d) Inserção dos grupos no estado e na nação:

A maioria dos grupos, associados ou não, tem forte participação dentro do estado de santa Catarina, levando seus trabalhos e projetos ( SESC, empresas) festivais e eventos formativos.

Alguns grupos também têm sua participação em eventos internacionais.

e)Produção anual de espetáculos:

Dentro dos grupos associados da REDE Itajaiense de teatro a produção média anual é de 2 espetáculos.

f)Produção anual de projetos por grupo

Cada grupo tem em media um projeto de fomento aprovado nas diversas instâncias (municipal, estadual e/ou nacional).

OBJETIVOS GERAIS

-Consolidar os projetos já existentes dos grupos, associações e instituições governamentais;

-Expandir a descentralização dos projetos,

-Estabelecer novos projetos visando o alargamento das atividades, fomentando assim, a criação de novas frentes de trabalho;

-Aprimorar e ampliar os mecanismos de comunicação e de colaboração entre os órgãos e instituições públicos e organizações sociais e institutos privados.

-Fortalecer as políticas culturais na câmara setorial do teatro visando a universalização do acesso e garantia ao exercício do direito à cultura,

 - Aprimorar os mecanismos regulatórios e legislativos de proteção e gestão do patrimônio cultural,



OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- ampliar a existência de estruturas físicas de espaços que possibilitem o acolhimento dos grupos existentes e vindouros;

- garantir a continuidade destes espaços;

- Promover programas de formação técnica para atualização dos profissionais da área teatral.

- Disponibilização de verba para convênio de projeto similar ao de música ( Conservatório de música)

- Aumentar a verba para os convênios de manutenção de espaços para grupos teatrais.

- Criação de um conservatório de artes Cênicas; *

- Criação do curso de nível superior de artes cênicas.

ESTRATÉGIAS, METAS E AÇÕES

- Fortalecimento da setorial de teatro dentro do conselho municipal de cultura acompanhando, avaliando e fiscalizando as ações culturais desenvolvidas na cidade.

- Criar um mecanismo de levantamento de dados estatísticos para verificação de interesse em cursos de formação (conservatório e curso de nível superior).

- Contribuir na implementação das políticas culturais a serem desenvolvidas pelo poder público, bem como das normas de funcionamento das mesmas.

- Buscar parcerias com o setor privado para o desenvolvimento dos projetos teatrais visando o aumento de recursos e visibilidade;

- Propor e analisar políticas de geração, captação e alocação de recursos para o setor teatral;

- Participar efetivamente na análise e elaboração de projetos do poder público, emitindo pareceres sobre questões técnico-culturais na área de teatro;

- Estudar e sugerir medidas que visem à expansão e ao aperfeiçoamento das atividades e investimentos realizados pela Fundação Municipal de Cultura;

- Promover a realização de um seminário anual, aberto à comunidade

para refletir, avaliar e apontar diretrizes relativas às atividades gerais da área teatral.

2.3 DANÇA

As propostas sugeridas a seguir têm relação com as novas concepções teóricas e práticas de políticas culturais, de acordo com a argumentação de grupos organizados e cientes da prática da dança no Estado.

Após ampla discussão em reuniões abertas com a categoria da dança, a Associação e a Câmara Setorial de Dança apresentam ao COMUC algumas propostas para uma ampliação das políticas públicas de cultura em âmbito municipal que atendam às necessidades específicas da área, para que, assim, substancie-se uma Identidade Cultural da Dança no Município, observando-se o acesso a toda a cidadania, à produção e fruição cultural, bem como a livre circulação de idéias, tendo em vista a diversidade das culturas e das experiências relativas à Dança. Para tal, pesou-se a valorização da diversidade criadora, salientando que Cultura é um direito social básico, no mesmo nível da Saúde, da Educação ou da Assistência Social, recolocando a Dança em seu lugar, como Patrimônio e Bem Cultural da Humanidade.

As propostas a seguir dividem-se em seis eixos temáticos:

A.      Democratização/acesso;

B.      Financiamento/fomento;

C.      Capacitação/formação;

D.     Gestão/organização;

E.      Descentralização;

F.       Legalização profissional.

POLÍTICAS DE DEMOCRATIZAÇÃO E ACESSO

a) Melhoria, qualificação técnica e manutenção dos espaços existentes;

b) Criação de novos espaços com equipamentos adequados (palco móvel de dimensões adequadas para apresentações públicas ao ar livre, linóleo, estrutura de som adequada);

c) Viabilização de editais integrados para a ocupação de espaços públicos;

d) Ampliação de editais de produção e pesquisa e oficinas de qualificação técnica (cursos, seminários, palestras).

FRUIR

A.      Possibilitar o acesso da comunidade a espetáculos, oficinas, palestras e pesquisa através de projetos específicos;

B.      Prever reuniões bimestrais para avaliação do panorama cultural do município.

C.      Criar os "Painéis da Cultura" ( em forma de grandes painéis ou outdoors) para divulgação dos eventos culturais em locais de grande circulação de público.

POLÍTICAS DE FINANCIAMENTO E FOMENTO

A.      Democratizar e reestruturar as Leis de Incentivo à Cultura;

B.      Aplicar verba da publicidade das empresas municipais na área da dança;

C.      Criar ambiente para abertura de linhas de crédito ( por exemplo, abrir diálogo com o BANCRI para financiamento de projetos culturais);

D.     Criar políticas entre as Secretarias do Município;

E.      Estabelecer parcerias entre as diversas esferas do poder público e iniciativa privada;

F.       Destinar orçamento direto para as várias áreas da cultura.

G.     Criação de políticas para incentivo ao patrocínio como promoção de campanhas que possam criar um elo entre artistas e empresários, facilitando a busca pelos patrocínios.

POLÍTICAS DE CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO

A.        Criação de Programas de Capacitação para o setor, com a ampliação da oferta de Cursos Técnicos, de Graduação e de Pós-graduação, de Oficinas e Cursos de Aperfeiçoamento;

B.        Apoio para a realização de seminários e congressos para a divulgação, produção científica e realização de fóruns de discussão;

C.        Criação de políticas de apoio ao registro e publicação da produção intelectual e científica e difusão da produção editorial;

D.       Registro da produção artística com fins de memória (montar acervo).

POLÍTICAS DE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO

A.      Políticas de gestão e organização do setor;

B.      Implementação do organograma administrativo da Fundação Cultural do Município, prevendo o Centro de Desenvolvimento da Dança, dando-lhe espaço próprio e dotação orçamentária, possibilitando assim, a sua real atuação;

C.      Delegar ao Centro de Desenvolvimento da Dança do Município a coordenação e administração do setor;

D.     Designar um profissional da área da dança para a direção do Centro de Desenvolvimento de Dança do Município;

E.      Criar, em médio prazo, o Instituto Municipal de Dança (sugerimos a ampliação do espaço do Teatro Municipal de Itajaí para que possa abrigar este Instituto);

POLÍTICAS DE DESCENTRALIZAÇÃO

A.      O aporte de recursos diretos da Fundação Municipal (convênio), Verba Orçamentária deve ser administrado pela direção do Centro de Desenvolvimento da Dança do Município, que observará os critérios de distribuição;

B.      O Centro de Desenvolvimento da Dança deverá fazer um balanço em relação à autorização e à efetiva captação dos recursos indiretos (Lei de Incentivo à Cultura - LIC), assumindo o papel de interlocutor entre os produtores de projetos aprovados e as empresas de economia mista.

C.      Projetos de circulação

D.     Incentivar e facilitar intercâmbio regional, nacional e internacional para artistas da área.

Pontos a organizar:

- Busca do reconhecimento profissional em Artes Cênicas como Técnicas;

- Criar concursos Públicos – Técnicos para a Fundação Cultural e os Espaços Culturais de Itajaí;

- Estruturar o Projeto de Consolidação de Companhias de Dança

- Financiamento das Políticas Públicas da Cultura:

- Avaliação adequada e qualificada na área da dança.

2.4 ARTESANATO

A.      Segue abaixo as Propostas para elaboração do Plano Municipal de Cultura, para Associação dos Artesões de Itajaí:

B.      Ampliar para os demais bairros, divulgação das feiras mensais de Artesanato, hoje está restrito apenas no centro na agenda cultural do município;

C.      Incluir a feira de Artesanato em todos os eventos culturais já existentes; exemplo: Festival de Música, Aniversário da cidade.

D.     Criação da Casa do Artesão: Cooperativa para os artesãos que fazem parte da associação do artesão de Itajaí. Esta cooperativa teria por objetivo criar um espaço adequado (A Casa do Artesão) para confecção e comercialização de seus produtos, já que a associação de Itajaí não possui sede, a única responsável pela comercialização é a Fundação Cultural de Itajaí que realiza as feiras de artesanato em frente à Casa da Cultura e a Igreja Imaculada Conceição. Além de confeccionarem e comercializarem os seus produtos de sempre, pensei em desenvolver neste espaço também, uma linha de produção, criar peças variadas (roupas, acessórios etc.) e personalizadas fazendo uso das habilidades de cada artesão. Transformar peças básicas em algo mais sofisticado, com detalhes que irão agregar val or aos olhos do cliente, já que nos últimos anos a moda tem voltado cada vez mais ao passado, e atualmente o artesanal está muito em alta, fazendo uma releitura do “tempo da vovó”. Criar um canal de divulgação on-line (site), disponibilizando todas as informações necessárias para que as lojas de roupas e acessórios possam conhecer esse trabalho e realizarem seus pedidos para revenda, dessa forma produzir de acordo com a demanda, minimizando custos. Será também uma maneira de obter credibilidade, pois algumas pessoas associam qualidade do produto ao fato de estarem nas vitrines de lojas que oferecem a idéia de Status. Em fim criar uma marca, que valorize mais o trabalho do artesão e proporcione novos ganhos, idéia que irá muito além de uma simples feira de artesanato que convida os turistas que visitam Itajaí a levarem uma lembrança da cidade. (Amélia Daniela Freitas)

2.5 MÚSICA

A cultura de um povo expressa a qualidade de seu desenvolvimento, a arte e a cultura são instrumentos poderosos de construção de valores, identidades e de perspectivas de futuro. A cidade de Itajaí tem na música o símbolo maior de sua diversidade cultural. Nos últimos anos o segmento musical local vem passando por muitas transformações e conquistando avanços. O principal deles foi a implantação do Conservatório de Música Popular Cidade de Itajaí, uma escola pública com um curso profissionalizante de música com duração de três anos, além dos cursos de música em nossa universidade ( Licenciatura e bacharelado) e agora um curso de pós-graduação em Educação Musical. O momento é extremamente positivo, pois servirá para consolidar o mercado local, possibilitando a permanência na cidade dos grandes artistas e servirá para desenvolver a economia da cultura em nossa cidade.


Entendemos que a cultura deve ser estruturada e planejada em três dimensões:


A.      PRODUÇÃO SIMBÓLICA: Atuando fortemente na valorização das diversidades das expressões e dos valores culturais.


B.      DIREITO DA CIDADANIA: Cujo foco principal é a universalização do acesso à cultura e nas ações de inclusão social através da cultura.


C.      DO PONTO DE VISTA ECONÔMICO: Que gera emprego e renda, que fortalece as cadeias produtivas e regulariza a produção cultural considerando as especificidades e valores simbólicos de seus bens.

Todos os projetos que apresentamos para serem apreciados e posteriormente aprovados pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, foram para fomentar o desenvolvimento artístico e cultural de determinados grupos de nossa cidade, cuja contribuição foi de fundamental importância para estes grupos, pois serviram de incentivo e aprendizado para uma participação destas pessoas no processo de produção cultural em grupo.

No entanto, podemos apresentar alguns pontos negativos:

Falta de continuidade aos bons projetos implantados em nossa cidade, falta de participação de alguns segmentos artísticos na construção das políticas públicas para cultura, falta de preparo de alguns gestores que são indicados para determinados segmentos culturais e não desenvolvem bons projetos para estes setores, ( ex: arte bairros, foram devolvidos mais de vinte instrumentos para o Conservatório, que foram comprados com a finalidade de serem usados neste projeto. )

Falta de políticas públicas, despreparo de alguns gestores e desinteresse da comunidade artística.

Que nas festas e eventos promovidos no município o Comuc seja consultado para auxiliar na montagem da programação dos eventos.

Integrar várias áreas culturais em eventos municipais como festivais de música, teatro folclore, etc. para que haja mais participação e conhecimento mútuo das várias áreas culturais (música)

2.6 ÁREA DE MUSEUS

Museu Etno-Arqueológico de Itajaí

Educação Patrimonial e Pesquisa:

Pretende-se uma participação cada vez maior dos alunos das escolas públicas municipais de Itajaí no Museu Etno Arqueológico. Principalmente porque tornará possível aproximar as gerações mais jovens dos mais experientes, tornando viável a circulação de experiências entre distintas gerações e evitando que a “roda seja reinventada a cada geração”. Com a participação dos alunos será possível dar grande impulso às atividades de pesquisa etnográfica, na medida em que os jovens possam contribuir nos trabalhos de coleta de materiais etnográficos como entrevistas, fotografias, relíquias de família, etc. Também podem participar na montagem de apresentações artístico culturais e folclóricas que enfoquem sua cultura.

Participação comunitária

Pretende-se a participação cada vez maior da comunidade itajaiense com sugestão de temas e na montagem de exposições que enfoquem o patrimônio cultural local como história das famílias, casamento, namoro, educação familiar, religiosidade, etc. Sugere-se que as famílias locais possam expor seus acervos particulares na forma de exposições de curta duração. Outra atividade de extensão que pode ser realizada com muito sucesso é a dramatização enfocando temas inspirados em cenas do cotidiano tradicional da comunidade por alunos das escolas municipais.


Apresentações artístico culturais

Sugere-se que o museu apoie e incentive apresentações artísticas e culturais que enfoquem o patrimônio cultural local. Para este fim, existe um anfiteatro na área que compõe o entorno do museu. Numa das comunidades rurais que compõe a área de abrangência do museu, sobrevive uma prática cultural tradicional, que, embora esteja em desuso ainda permanece fortemente arraigada na memória social das populações locais: o boi de mamão.

Apoio ao folclore regional

O folclore regional da área rural de Itajaí pode ser classificado como pertencente ao grupo dos “folguedos natalinos”, como o terno de reis, o boi de mamão e a malhação de Judas. Na região, estes folguedos ainda persistem, sejam como práticas culturais ativas ou na memória social. Não constitui objetivo do Museu Etno Arqueológico de Itajaí o mero “resgate” do folclore enquanto algo acabado e fechado em si mesmo. De acordo com as orientações da etnografia contemporânea, o que importa atualmente é que as práticas culturais folclóricas sejam abordadas com o olhar e as preocupações do tempo presente, buscando-se interpretá-las na perspectiva de questões e problemáticas atuais. O folclore regional deve ser olhado com os olhos dos homens e mulheres contemporâneos. Assim entendida, uma prática folclórica com boi de mamão, por exemplo, pode apresentar-se com infinitas possibilidades de comunicação e expressão para os jovens possam absorver experiências de vida, saúde e educação das gerações mais experientes.

Pesquisas Arqueológicas

Pretende-se para os próximos anos o desenvolvimento de pesquisas arqueológicas no Município de Itajaí. O Município possui um sambaqui salvaguardado no bairro de Itaipava, próximo ao Museu Etno-Arqueológico, cuja escavação é uma possibilidade concreta, considerando que o museu dispõe de um moderno e bem equipado laboratório de arqueologia.

Além da arqueologia pré-histórica, pretende-se o desenvolvimento de pesquisas arqueológicas históricas como a trincheira da Revolução Federalista em Cabeçudas, as ruínas de senzalas em Itaipava e a localização exata da Colônia São Tomás de Vila Nova, fundada por Antônio Menezes Vasconcelos Drumond em 1820.

MEMORIAL DO COLONO

Objetivo Geral

A.      Demonstrar o funcionamento deum engenho tradicional de farinha de mandioca instituído pela FGML - Memorial do Colono - durante a Festa do Colono, evidenciando aspectos históricos do trabalho e cotidiano das comunidades tradicionais do município de Itajaí.

Específicos:

A.      Demonstrar o funcionamento das formas tradicionais de trabalho com produtos agrícolas como as farinhas de mandioca, milho e açúcar, na qualidade de veículo de comunicação da memória social herdada historicamente.

B.      Democratizar o acesso ao grande público participante da Festa do Colono aos espaços culturais que retratam trabalho,

C.      cotidiano e cultura das áreas rurais de Itajaí e região.

D.     Oportunizar ao homem e mulher rurais espaços de comunicação da memória social que evidenciem seus saberes tradicionais.

E.      Evidenciar a diversidade e riqueza da cultura rural itajaiense aos visitantes da 29ª Festa do Colono 2011.

F.       Promover a rememoração de práticas culturais tradicionais historicamente herdadas.

G.     Valorizar o patrimônio cultural material e imaterial das populações rurais de Itajaí.

H.     Promover discussões históricas e culturais enfocando as relações entre tecnologia tradicional, turismo e ecologia.

I.        Desconstruir preconceitos contra os descendentes de colonos da região rural de Itajaí.

Breve Histórico do Projeto

No início de janeiro de 2011, a Fundação Genésio Miranda Lins adquiriu para acervo do Museu Etno-Arqueológico de Itajaí, um engenho pertencente ao sr José Afonso Postai, da localidade de Vígolo no Município de Nova Trento.

O engenho estava desativado há 30 anos, em bom estado de conservação, mas necessitando de pequenas intervenções de conservação e restauro em algumas peças. Seu funcionamento deu-se entre as décadas de 1940 à 1980 em Nova Trento.

A localização do acervo para aquisição deveu-se à pesquisa do historiador Ivan Carlos Serpa, diretor do Museu Etno-Arqueológico de Itajaí, mestre em história da colonização no Vale do Itajaí pela UFSC.

O traslado do acervo de Nova Trento para Itajaí efetivou-se nos dias 12 e 13 de janeiro de 2011 com apoio da Secretaria Municipal de Agricultura. O transporte foi realizado com muito zelo e atenção pelos funcionários para não danificar as peças de madeira construídas há mais de 70 anos. Alguns destes trabalhadores trabalharam em engenhos em Itajaí. O registro etnográfico das peças antes da desmontagem orientou a montagem, possibilitando a reconstrução do engenho no Parque do Agricultor para compor o Memorial do Colono.

Após o traslado, o acervo foi depositado em um galpão da Secretaria Municipal de Agricultura, no Parque do Agricultor Gilmar Graf, próximo ao local onde seria construído o rancho definitivo para a montagem e salvaguarda do engenho.

Um dos objetivos desta ação é estimular a participação comunitária para que a comunidade circunvizinha se aproprie do projeto e ajude a preservar seu patrimônio cultural. Os alunos da Escola Isolada Gabriel Dallago, na localidade rural de Baía, onde está sendo instalado o engenho, participaram de uma atividade educativa com os educadores do Museu Etno-Arqueológico de Itajaí e professores da escola.

A construção do rancho e montagem do engenho para o Memorial do Colono iniciou-se em junho de 2011. A Secretaria Municipal de Agricultura providenciou o rancho e a Fundação Genésio Miranda Lins custeou o restauro e a montagem das peças. O artesão

Antônio de Freitas realizou os trabalhos de restauro e montagem dos equipamentos.

4. A Ação Cultural

O Memorial do Colono ficará exposto permanentemente no Parque do Agricultor Gilmar Graff. Durante a realização de festas e eventos culturais promovidos pelo Município, como a Festa do Colono, propõe-se a realização de ações culturais para demostrar ao público o funcionamento do engenho.

Na Festa do Colono de 2011, a ação cultural será desenvolvida com a contratação pela Fundação Genésio Miranda Lins de uma pessoa da comunidade com conhecimento na produção artesanal de farinha de mandioca.

O diferencial do Memorial do Colono é que o engenho não é colocado em exposição, estático, apenas para ser contemplado, mas pode ser visto em movimento para demonstração de seu funcionamento. Seu funcionamento, no entanto, não visa apenas à demonstração do modus operandi dos equipamentos, mas à produção efetiva da farinha de mandioca in locu no engenho durante a festa.

A farinha de mandioca produzida será distribuída para ser degustada entre os visitantes do Memorial do Colono, sem custos e sem fins lucrativos, com objetivos meramente culturais.
Durante as ações culturais serão coletadas memórias do público que visitar o Memorial do Colono por meio de um instrumento de pesquisa do tipo questionário a ser preen